“A mente criativa por detrás das Al Rayel”

“A mente criativa por detrás das Al Rayel”
Vânia Cezário, brasileira, bailarina, vive em Portugal há cerca de 3 anos, onde divulga a arte da Dança do Ventre sempre com a preocupação de passar a sua arte com respeito e qualidade.

Aquando do primeiro contacto com a Dança do Oriental, Vânia contava já com formação em Dança Clássica e tirava o curso profissional de Dança Jazz, além de fazer aulas privadas de dança de salão, tudo nas mais conceituadas escolas do estado de São Paulo.

Foram inúmeros os profissionais nacionais e internacionais com os quais realizou aulas, workshops e cursos. De cada um extraia para sua técnica e estilo o que havia de melhor, apurando um estilo único, pleno de uma beleza singular e contemporânea.

Após 5 anos de estudo intenso sobre técnica, ritmos, cultura árabe, história da dança, filosofia oriental, além de anatomia para bailarinos aplicada à dança do ventre, tirou seu DRT, registo obrigatório no Ministério do Trabalho Brasileiro para se exercer profissionalmente como bailarina e professora. Para tal foi avaliada pelo Primeiro Bailarino da cidade de São Paulo no ano de 2001.

Apta para exercer funções de forma legalizada, Vânia dançou por 2 anos consecutivos em Restaurantes Libaneses e Casas de Chá Egípcias, onde por intermédio do contacto com as colónias de emigrantes árabes, seus costumes, tradições e festas, adquiriu uma vasta experiência onde tudo passou da teoria à prática.

Foram inúmeros os hotéis e festas nos quais actuou no estado de São Paulo e fora dele e foram também várias as cidades às quais se deslocava para dar aulas a pessoas de todas idades.

Actualmente continua aperfeiçoar-se com grandes mestres, procura sempre que possível regressar ao Brasil ou recorrer a países onde possa estar em contacto com os profissionais mais conceituados, a fim de se encontrar com novas tendências.

Vânia frequenta também aulas de língua e música árabe como complemento aos seus estudos, enriquecendo-se cada dia mais como professora, área da sua vida onde conhecimento técnico e sensibilidade, são responsáveis por um trabalho “diferenciado”, ajudando cada aluna a relacionar-se consigo mesma de maneira positiva.

Apelidado de “Modern Belly Dance”, o seu estilo contemporâneo é a fusão perfeita de duas artes: Dança do Ventre e Dança Jazz, a sua grande paixão.

Beleza, técnica, desenvoltura, graça, poesia e energia demonstram o seu profundo envolvimento com esta maravilhosa forma de arte e dão às suas coreografias carácter único. Assim Professora e Companhia conquistam os lugares por onde passam!!!

A par com as actividades de professora e mente criativa por detrás das Al Rayel, Vânia Cesário é também Presidente da recém criada Associação Portuguesa de Dança do Ventre com sede na cidade do Porto, onde se promovem cursos de formação, certificação e cultura árabe, que tem como maior desafio qualificar e valorizar a dança do ventre em Portugal.

domingo, 11 de novembro de 2007

“As Fazes da Dança do Ventre”

Para mim é muito claro que a Dança do Ventre é um aprendizado para toda vida. Através dela criamos um universo de possibilidades, temos mais consciência do próprio corpo, elevamos a auto estima, ganhamos autoconfiança, além de equilíbrio e desenvolvimento das energias contidas no nosso ser. Porém quando falamos exclusivamente da técnica e de profissionalismo, é importante realçar alguns pontos.
Para tal utilizarei um artigo escrito por Jorge Sabongi numa revista brasileira exclusivamente voltada às amantes da Dança do Ventre pois não sei se vocês sabe mas no Brasil para sermos bailarinas profissionais e exercer a profissão legalmente é preciso ter um registo no Ministério do Trabalho. É mesmo muita burocracia, mas apoio totalmente porque só assim se consegue qualificarmos a área!!! Para conseguir o nosso DRT (o registo no Ministério do Trabalho) temos que entregar currículos, diplomas, fotos de eventos feitos, etc, além de passarmos por uma audição!!!!

E pasmem...pra nós estrangeiros o SEF ao nos legalizarmos exige o DRT!!!!!!!! Ou seja, é mais que reconhecido que no Brasil para ser bailarino não é só papo, é preciso diplomas e registo!!! O que tb acho muito bem!!!!

Infelizmente Portugal não é assim...muito pelo contrário...qualquer Maria Ninguém pode ir dando aulas por aí, fazer shows e dizer a toda a gente que é profissional, e é por isso que resolvi escolher como título da semana “As Fazes da Dança do Ventre” para que você me diga se é profissional...


Fase I – 1º ano de Dança do Ventre - Iniciamos com a sede de aprender!!! Queremos fazer tudo que a Professora faz e acreditamos que num mês vamos dançar tudo!!!! Porém com o passar de algumas aulas (com um bom profissional claro) surgem as primeiras dificuldades, os movimentos não são assim tão fáceis e ter uma coordenação específica é fundamental. Mas depois de superar o desânimo percebe-se que com paciência e vontade se chega lá!! É então que os primeiros movimentos começam a fluir, agora com mais tranquilidade e é chegado um dos momentos mais importantes... a primeira actuação!!! Se correr bem a praticante fica mais entusiasmada, volta às aulas com mais euforia e vontade de aprender. Se correr mal pode ser que desista e que ache que não serve para isto.


Fase II -2º ano de Dança do Ventre - Uma fase difícil de lidar. A praticante acredita que já sabe tudo e pode ensinar muito. Ouve pouco e fala demais!! As actuações começam a ser mais frequentes e isso reforça o sentimento de que “-tudo sei”! Começa uma preocupação com cachê e o ego começa a contrastar.

Com alguns elogios perde os traços de humildade. É nessa fase que muitas começam despreparadas a dar aulas, pois ao observarem que outras bailarinas, que se dizem profissionais e nada sabem o fazem, elas também podemfazer o mesmo, se calhar ainda melhor!! Resultado: Dança Desvalorizada e alunas desmotivadas!!


Fase III - 3º ano de Dança do Ventre - Momento crítico da praticante, pior fase!! Nessa fase acredita que ninguém sabe mais do que ela própria. Quando perguntam sobre o currículo adiciona todos os cursos de ballet k fez na vida e ainda diz que trabalha na área há 10 anos, quando na verdade são só 3!!! Se a pergunta for referências de lugares onde já dançou, acrescenta até a dancinha feita nos anos do irmão!!!!! Mas isso logo passa...sabe como??? Aos poucos não só pessoas de fora como você mesma irá perceber que faz sempre as mesmas coisas, os mesmos movimentos e se calhar até dança as mesmas músicas!!! Começa a sensação de que paramos no tempo. Mas vamos levando com a barriga porque agora o financeiro fala mais alto.


Fase IV - 4º ano de Dança do Ventre - Surgem algumas dúvidas..."já aprendi tudo que podia?", “será que estou no caminho certo?". É uma fase em que tendemos a estacionar com o aprendizado embora tenhamos algumas incertezas.


Fase V - 5º ano de Dança do Ventre - Se conseguirmos superar a fase anterior, abrem-se novos horizontes, com ideias, fluxos de criatividade e um leque de novas possibilidades e decidimos por procurar novas fontes. Com tanto trabalho começamos também a achar k ninguém nos reconhece como realmente merecemos!!!!


Fase VI - 10º ano de Dança do Ventre - É um momento maravilhoso na carreira de uma bailarina, percebemos que ainda não aprendemos nada e começamos a respeitar mais o nosso corpo e o aprendizado.
Percebemos que a estrada é um bocado mais longa do que imaginávamos. A humildade aparece e é difícil conviver com as iniciadas que se encontram na FASE 1 !!! O prazer agora vem da procura de novas fontes e maneiras de dançar e ensinar, já não nos faz diferença o que outros pensam.
Desenvolvemos o nosso trabalho procurando aprimorar os métodos para ensinar e passar adiante tudo o que aprendemos.
As palavras "aprendizado e aperfeiçoamento" são essenciais no nosso vocabulário!!!


Fase VII - 15º ano de Dança do Ventre - Começamos a ter no currículo especializações de outras danças como as folclóricas baseadas no "amplo conhecimento em cada assunto".
O nosso nome ganha destaque no mercado da dança, cresce a credibilidade e desenvolvemos um trabalho sério.
Surgem os workshops e com isso o desejo de maior conhecimento posssível.


Fase VIII - 20º ano de Dança do Ventre – O prazer artístico baseia-se agora em conhecimento e saber realiza-se com o corpo o que se deseja graças aos anos de pesquisas empreendidas durante a existência como bailarina, tudo tem coerência e os pontos de estudos parecem alinhavados . É um momento delicado, porque acreditamos que as actuações iniciam uma fase descendente devido à passagem do TEMPO...pois o tempo passa para todas!!!!!

Fase IX – Mais de 25 anos de Dança do Ventre – O nome é respeitado e admirado por aquelas que fazem parte do meio.
Se a carreira foi íntegra, acaba tornando-se uma lenda viva na arte, fonte de consulta, etc. Admira-se com os novos talentos que desapontam. No fundo lamenta que todas tenham que passar pelas mesmas fases se quiserem chegar onde você. Umas perder-se-ão pelo caminho, outras florescerão.

É assim a vida...um desafio!!!!! Claro que o tempo de Dança, tal como a duração de cada fase, varia de praticante para praticante, mas se se consciencializar de cada uma delas, pode ser que as diminua e atenue muitos dos aspectos negativos...faz parte da carreira de uma bailarina profissional conviver com essas fases!!! Eu particularmente convivo bem com elas e actualmente estou no meio da fase VI... E você em k fase está?!!!!

6 comentários:

"Al Rayel", Miragem... disse...

Katty diz:

Sempre soube k a dança do ventre não era facil, mas na verdade nunca pensei k houvesse tantas etapas a superar. Eu só estou nisto a um ano e meio o kere dizer k estou na fase I, já tive o meu 1ª actuação que por sinal correu muito bem, mas como é que não poderia correr bem com a fantastica professora que tenho, mas o facto de ja ter feito uma actuação não kere dizer k já sou profissional, muito pelo contrario deu para entender k é bom estar no palco e sermos observadas e admiradas mas k tb temos k dar um bom espectaculo ao publico e isso só acontece com muita dedicação, empenho e vontade de evoluir na dança.
Não sou profissional mas kero muito saber dançar como a minha professora Vânia.
Bjs

"Al Rayel", Miragem... disse...

Vanessa diz:

olá vânia!!gostei mt desta leitura, e acredito verdadeiramente que as boas bailarinas não surgem do nada e de um dia para o outro...é preciso esforço, dedicação, vontade e mt paixão pelo que se está a aprender!Uma bebé na dança do ventre como eu ainda tem mt pela frente, e espero um dia conseguir ser, pelo menos, quase tão boa como tu!para tal...mts anos pela frente!! E concordo plenamente com o facto das actuações serem entusiasmantes, e darem sempre vontade de mais...apesar da ainda pouca experiência no meio...
;) bjinho grande!

"Al Rayel", Miragem... disse...

Palucha diz:

Adorei o teu texto
Continua que nos agradecemos.
Eu estou no quarto ano de dança e a minha maior preocupação é não parar, não sentir que cheguei a um possivel limite do meu corpo ou da minha cabeça.
No momento tenho um grupo de dança, as Sagats em que o nosso principal objectivo é crescermos juntas e claro que os espetaculos ajudam muito a atingir esse objectivo.
Puxamos pela criatividade e queremos fazer cada vez melhor.
E mesmo dar aulas, pessoalmente não me sinto capaz para isso, mas também pode ser uma boa forma de desenvolver, pois que ensinar é aprender também.
Agora, tudo depende da cabeça e da humildade de cada um de nós.
jocas

"Al Rayel", Miragem... disse...

Mariajoaosou diz:

Desde o seu 1ºWorkshop em Braga,sua dança me fascinou, a beleza da sua alma numa união absoluta com os ritmos da musica, envolveu todo o meu ser numa vontade de aprender.
Sinto-me privilegiada por ser sua aluna!
Quero dar o máximo de mim,
Quero lutar na certeza de vencer,
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar para realizar os ideais do meu ser.
Enfim!
Quero dançar todos os dias da minha vida alegremente,
Mesmo errando e aprendendo tudo me será favorável, porque profissional não serei, apenas quero que todas saibam que não há limites de idades para dançar.
Seu texto está muito bem elaborado e muito realista. Parabéns!
Em que fase estou?? eh eh bela pergunta talvez entre o I e II, o meu objectivo é evoluir e dar o meu maximo, mesmo com dores aqui ou acolá...a vontade de aprender fortelece o espírito que por sua vez controla o fisico...
Muitos beijos e mt exito com AL Rayel

"Al Rayel", Miragem... disse...

Catia diz:

Na verdade, não sei!!
Acho que essas fases também passam pela nossa personalidade. Eu não acho que saiba muito e muito menos que domine, mas na verdade eu sou insegura de personalidade!! Acho que estou na fase I, prartico hà 1 ano; quase a passar para a fase II, mas acho que nunca vou agir como diz na fase II, porque não faz parte do meu feitio. Acho que já sei fazer alguns movimentos e a minha intenção é mostrar aos outros como os aprendi e se tive dificuldade ou não em assimilá-los. Para mim é muito importante partilhar!! Mas isso tmabém faz parte da minha personalidade. A dança é para toda a vida e ás vezes também retrocedemos!! A dança é que nos escolheu e não nós a ela, como diz a professora, e por isso, temos que insistir mesmo que de vez em quando não apeteça!!

"Al Rayel", Miragem... disse...

Patri diz:

Oi Professora!
Bom... eu acho que estou na fase II, e pelo menos um ponto confere: falo MUITO :D, mas longe de achar que ja sei tudo... tal como a Cat sou insegura por natureza,mas também muito perfecionista, mistura explosiva às vezes! As actuações começam a ser mais frequentes, o que me faz querer saber cada vez mais porque com o cachê vem a responsabilidade de fazer cada vez melhor. Como tento consegui-lo? Praticar, praticar, praticar... sempre, muito, com empenho, em casa, nas aulas, na rua, no banho!!!Tento ser observadora, ver outras balarinas, aprender como se deve fazer e sobretudo o que nao se deve fazer, mas sempre com o respeito que merece alguem que tem a coragem (ou inconsciencia :D) pra se expor e dar a conhecer uma parte de si.

Quanto a Bailarinas profissionais que nada sabem é o que pr' aí há mais...isso até eu com tão curta experiencia consigo perceber. A nós toca-nos fazer o nosso trabalho o melhor que podemos e o reconhecimento virá por acréscimo.
Beijos e abraços